Deputado denuncia Lula por propaganda eleitoral antecipada

Presidente é acusado de utilizar cadeia nacional de rádio e TV para fins eleitorais, em meio ao aumento da rejeição ao seu governo.

2/27/20252 min ler

O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) apresentou denúncia contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério Público Federal, Ministério Público Eleitoral e Tribunal Superior Eleitoral. O parlamentar acusa o chefe do Executivo de realizar propaganda eleitoral antecipada ao convocar cadeia de rádio e TV no dia 24 de fevereiro para a veiculação de um pronunciamento que, segundo ele, teve caráter eleitoreiro.

A legislação brasileira permite que autoridades convoquem redes de rádio e televisão para comunicados de interesse público em datas especiais ou para tratar de temas de grande relevância nacional. Entretanto, Evair de Melo argumenta que a utilização desse recurso pelo presidente teve o objetivo de conter sua crescente rejeição, que, conforme pesquisas recentes, ultrapassa 70% em alguns estados.

Estratégia de comunicação

Diferente de pronunciamentos anteriores, a convocação desta vez ocorreu em horários distintos, aproveitando o pico de audiência das emissoras de TV à noite e das rádios pela manhã. Essa estratégia foi interpretada como uma tentativa de maximizar o alcance da mensagem presidencial.

Nos últimos 18 meses, Lula já utilizou cadeia nacional de rádio e TV em diversas ocasiões, incluindo duas aparições no 7 de setembro e no Natal, além de discursos no Dia do Trabalhador (1º de maio) e em uma ocasião para marcar um ano e meio de governo.

Desgaste político

Pesquisas de opinião realizadas por institutos como Datafolha, Gerp, CNT/MDA e Paraná Pesquisas apontam um aumento na rejeição ao governo petista. O mais recente levantamento da Quaest, divulgado ontem, revelou que mais de 60% da população reprova a gestão de Lula em seis dos oito estados pesquisados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

A denúncia do deputado pode intensificar o debate sobre o uso das redes de comunicação oficiais por autoridades públicas e reforçar questionamentos sobre a legalidade da conduta do presidente. O caso agora será analisado pelos órgãos competentes, que poderão decidir se há fundamento para punições ou medidas corretivas contra Lula.